Esporotricose: o que é, sintomas e tratamento

A esporotricose é uma doença fúngica que é relativamente comum em animais domésticos, especialmente de regiões tropicais, como o Brasil.

A esporotricose pode surgir em várias espécies de animais, mas é mais comum em gatos. Geralmente causa o aparecimento de sintomas na pele, com pequenos caroços que podem virar feridas.

Esta infecção normalmente é transmitida através do contato de uma ferida com plantas ou solos contaminados pelo fungo Sporothrix schenckii, mas também pode ser transmitida pela mordida ou arranhadura de outro animal infectado.

Sintomas de esporotricose

Na maior parte dos casos, a esporotricose causa o aparecimento de pequenos caroços duros na pele (entre 1 a 3 cm), que surgem perto do local de uma ferida.

No entanto, com a evolução da infecção, novos caroços podem acabar surgindo, principalmente nos seguintes locais:

  • Nariz;
  • Boca;
  • Orelhas;
  • Patas;
  • Base da cauda.

Os caroços da esporotricose normalmente também acabam virando pequenas feridas, que não cicatrizam e que liberam um líquido transparente ensanguentado.

Outros sintomas

Quando a esporotricose não é tratada adequadamente, o fungo pode continuar se desenvolvendo no organismo e causar uma infecção mais generalizada, que pode provocar outros sintomas não relacionados à pele, como febre e cansaço excessivo.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico deve ser feito por um veterinário, que poderá identificar a infecção por esporotricose apenas através da observação das lesões apresentadas. No entanto, em alguns casos, pode também ser pedido um exame das secreções liberadas pelas feridas, para confirmar a presença do fungo.

Principais causas e transmissão

A esporotricose é causada por um fungo da espécie Sporothrix schenckii, que geralmente infecta a pele através de uma ferida, após o animal entrar em contato com solo infectado, uma planta ou outro animal doente.

No Brasil, a espécie de fungo mais comum é a Sporothrix brasiliensis, que é transmitida pela mordida ou arranhadura de outro animal infectado. Por esse motivo, a infecção é mais comum em animais vira-lata, que entram em brigas com outros animais infectados, principalmente gatos.

Como proteger contra a esporotricose

A melhor forma de proteger contra a esporotricose é manter o animal dentro de casa sempre que possível, para evitar o contato com outros animais infectados. Esta medida é especialmente importante em locais onde existem muitos casos de esporotricose.

Formas de tratamento

A esporotricose tem cura, desde que o tratamento seja feito de forma adequada e numa fase inicial da infecção.

A principal forma de tratamento varia de acordo com o animal:

  • Gatos: normalmente é utilizado o antifúngico itraconazol, na forma de cápsulas, que deve ser administrado até 1 mês após o desaparecimento dos sintomas. Isso significa que o tratamento pode durar mais de 2 meses.
  • Cachorros: geralmente é utilizada uma solução concentrada de iodeto de potássio, que deve ser administrada de forma oral.

Em alguns casos, juntamente com o itraconazol, o veterinário também pode receitar o uso de outros antifúngicos, como fluconazol ou terbinafina.

Alguns medicamentos utilizados no tratamento da esporotricose podem provocar alterações no fígado, principalmente porque são utilizados durante um longo período de tempo. Dessa forma, durante o tratamento é importante ficar atento ao surgimento de sintomas como febre, tremores, diminuição do apetite, vômitos ou perda de peso. Além disso, o veterinário também pode recomendar fazer exames de sangue 1 vez por mês.

O uso de pomadas para cicatrizar as feridas da esporotricose geralmente não está recomendado, pois podem aumentar o risco de outras infecções.

Cuidados durante o tratamento

A esporotricose pode ser transmitida para outros animais, mas também para humanos, principalmente através de arranhaduras, mordidas ou do contato direto com as feridas. Dessa forma, é importante utilizar luvas ao cuidar de um animal infectado, lavar bem as mãos e evitar o contato muito próximo.


Referências
  • CDC. Sporothrix brasiliensis. Link: <https://www.cdc.gov/fungal/diseases/sporotrichosis/brasiliensis.html>. Acesso em 22 mai 2022ABCD
  • CATSVETS. Sporotrichosis. Link: <http://www.abcdcatsvets.org/sporotrichosis/>. Acesso em 22 mai 2022
  • LLORET, Albet et al. Sporotrichosis in cats: ABCD guidelines on prevention and management. Journal of Feline Medicine and Surgery. Vol.15. 619-623, 2013
  • The Merck Veterinary Manual. 11ª.ed. Crawfordsville, Indiana: Cenveo Publisher Services, 2016. p644-645